terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Quando o silêncio não incomoda

"Olhei-a ligeiramente, olho no olho, numa profundidade visual que só nela eu tive coragem de mergulhar. Não disse nada, nem precisava. Queria apenas tocá-la com meu olhar e, com isso, deixar bem claro o quanto eu estava ali, presente de corpo, alma e coração. Olhei-a fixamente nas retinas e assim, sem emitir qualquer grunhido ou som, mostrei o quanto eu estava perto o suficiente para protegê-la de qualquer possível tempestade e longe o bastante para não matá-la sufocada com minha ânsia de tê-la sempre comigo.
O relógio não parou e os minutos passaram enquanto naquela mesinha de plástico, ao ar livre, dividíamos, sem medo, uma generosa porção de silêncio. Tínhamos a imensidão do mar bem ali, a areia que se escondia entre nossos dedos do pé, uma brisa que parecia soprar nossos problemas para bem longe e o sol, lindíssimo astro que vagarosamente preparava o último grande ato do dia.
Aquela cena muda não era sintoma de fim de namoro, pelo contrário, era indício de solidez em nosso relacionamento. A falta de palavras era opcional e a boca fechada não incomodava nem gerava a mínima insegurança. Não precisávamos caçar assunto como faz um par nos primeiros encontros. Naquele dia, descobrimos que estávamos prontos para dividir muito mais do que a cama e que sobreviveríamos sorridentes e ilesos aos inevitáveis compartilhamentos de silêncio, sem sofrer com a falta de falas e sem precisar iniciar uma broxante conversa de elevador.
Pode parecer apenas um minúsculo detalhe, mas graças a essa quietude destemida, percebi o quanto ela era uma pessoa especial, e mais, entendi um dos elementos necessários para a sobrevivência de uma relação amorosa: o conforto essencial para o surgimento de longas convivências.
 Não estou falando da maciez de uma barriga ou da dureza de um colchão, nada disso. Em uma relação verdadeira, conforto é capacidade de encontrarmos aconchego na simples e muitas vezes silenciosa presença de quem amamos. Um peito cômodo ou um braço aconchegante podem até sustentar menores e mais frágeis laços, mas os grandes e duradouros vínculos precisam de presenças confortáveis para sobreviver.
O amor verdadeiro sobrevive à falta de palavras, de novas piadas, de velhos assuntos, mas debate-se desconfortavelmente quando encontra-se sem a presença agasalhadora do ser amado. Saudade é o desconforto gerado pela falta daquela presença estupidamente confortável.

Essa não é uma conclusão só minha, pois até mesmo o sangrento Pulp Fiction apresenta um diálogo incrível sobre esse silencioso tema:

Mia: — Você não odeia isso?
Vincent: — O quê?
Mia: — Silêncios desconfortáveis. Por que sentimos a necessidade de tagarelar besteiras para ficar confortável?
Vincent: — Não sei.
Mia: — É quando você sabe que encontrou alguém especial. Quando você pode simplesmente calar a boca por um minuto e dividir o silêncio confortavelmente. "

por Ricardo Coiro

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Lovely, in me




É a única que me entende verdadeiramente por completo, mais do que eu mesma até. Porque quando fico muda sem conseguir emitir qualquer som, é ela quem traduz meu sentimento e meu pensamento. É capaz de me animar, me consolar, me fazer dormir, as vezes de me fazer chorar, e de me matar de rir. Seu som me leva para qualquer lugar do universo ou para lugar nenhum. Aquela Paz é indescritível quando somos somente eu e ela. Tudo em volta desaparece, não vejo nem escuto mais nada além do lindo som da melodia do momento. Muitas vezes nem deixo meus pensamentos barulhentos nos atrapalharem, seja uma fração de segundo ou duas horas ininterruptas de pura conexão. Consegue também ganhar a forma de minhas lembranças, como se estivesse tudo organizado em uma playlist, em que cada uma me traz uma memória diferente, uma época diferente. Proporciona-me uma viagem no tempo, em que as vezes eu escolho o destino e em outras o acaso o faz por mim. Por isso me identifico tanto com ela, seja qual for seu estilo ou rítmo, eu combino com todos. Pois cada um é um pedaço diferente de mim, seja o lado baladeira, o lado zen, o lado apaixonada, ou o lado revoltada. Não poderiam ter dito algo mais inteligente sobre ela quando disseram que a vida sem ela seria um erro, e reescrever isso em mim também não seria. Até o início de uma vida começa com o som de um bebê chorando, que é a melodia mais gostosa e prazerosa que uma mãe deve ouvir. A todos que perguntaram o significado de minha escritura na pele, aqui está a resposta, que por ironia do destino, está descrita em palavras justificando a minha inabilidade em explicar por escrito as minhas escolhas.



I will always love you, ♫ . . ♥

domingo, 13 de janeiro de 2013

Be True



A gente se pergunta o que é verdadeiro. O que é uma farsa. A mentira que faz bem ou a verdade que machuca. Porque quando uma coisa está certa dentro de si, você não sente culpa. Mas quando não está, há algo que deve ser feito a respeito, e sim, as coisas mudam ! As pessoas e seus sentimentos também. E não importa o tempo que você está sendo enganado, ou enganando alguém. Simplesmente a verdade sempre vem à tona. Seja a cavalo ou na velocidade da luz, daqui um mês ou daqui dois anos. Não minta porque uma mentira puxa outra e depois de um tempo até a verdade soa como mentira, e o arrependimento não surtirá efeito algum. Não faça isso nem consigo mesmo, você pode apodrecer um sentimento que antes florescia seu coração. Não adie uma decisão importante, as vezes é bom mudar um pouco o rumo da sua vida pra melhorar a sua alma. Podemos relaxar e deixar fluir o que for mais natural e verdadeiro e parar de agir e fingir por puro prazer momentâneo. Antes de dormir pensemos um pouco em tudo que fazemos as pessoas, vamos refletir. Quando se pratica algo por muito tempo você fica bom naquilo, então pratique o bem. Esqueça o medo, as máscaras, os ressentimentos e até o passado. Imagine o futuro. Acorde para o presente, antes que o martírio das suas próprias escolhas fique pesado demais.




O tempo passa e um dia a gente aprende !

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Me encontra ou deixa eu te encontrar !



Acordo meio desnorteada sem saber que horas são ou onde estou. Vou de encontro aos meus pensamentos matinais e logo meu peito se enche de felicidade e angústia quando eu lembro quem visitou meu sonho esta noite. Felicidade por tudo que eu lembro do meu sonho, pelo quanto eu me senti bem e, principalmente, pelo quanto foi diferente. Cansada de tudo ser igual há tempo mais que suficiente, dessa vez finalmente senti vivendo algo novo. Tinha esquecido de como era bom, encontrar alguém que mudou minha rotina e bagunçou a minha cabeça. Mas ai veio a angústia, tão silenciosa que quando chegou me pegou de surpresa. Como um balde de água fria me trouxe para a realidade. Mas como eu queria ver seu rosto novamente, sentir seu abraço, até o procuraria nos meus mais profundos sonhos e o traria para o meu mundo. Mas se já estiver aqui, disfarçado com outro nome, outro corte de cabelo ou outro endereço, me encontre. Pois eu quero sentir de novo toda aquela tranquilidade que sua presença me trouxe, e me fez esquecer de todas as preocupações da noite anterior. Jamais esquecerei da gente sentado na esquina, vendo o céu nublado que trazia três lindos arco-íris. Nunca tinha visto nada igual e este momento foi o que ficou na memória. Essa é a graça da vida pra mim, poder ser surpreendida a qualquer momento por qualquer um. Rotina todos tem, mas os melhores momentos, são os que fogem dela. Mesmo que seja apenas um sonho.


Meet me half way, right at the boarderline
That's where I'm gonna wait, for you
I'll be lookin out, night and day
Took my heart to the limit, and this is where I'll stay . . . ♫ ♪